12 de setembro de 2010

'Dever" para Casa

Há quem ainda 'vomitando bobagens' diga que Filosofia é resultado de pobres divagações...

Vejamos: O Teatro da Repetição

"A primeira repetição é repetição do mesmo e se explica pela identidade do conceito ou da representação: a segunda é a que compreende a diferença e compreende a si mesma na alteridade, na heterogeneidade de uma 'apresentação'. Uma é negativa por falta do conceito, a outra é afirmativa por excesso da Idéia. Uma é hipotética, a outra é categórica. Uma é estática, a outra é dinâmica. Uma é repetição no efeito, a outra na causa. Uma é em extensão, a outra é intensiva. Uma é ordinária, a outra é notável e singular. Uma é horizontal, a outra é vertical. Uma é desenvolvida, explicada, a outra é envolvida, devendo ser interpretada [olha o Proust aí]. Uma é revolutiva, a outra é evolutiva. Uma é de igualdade, de comensurabilidade, de simetria, a outra se funda no desigual, mesmo na natureza e na terra. Uma é inanimada, a outra tem o segredo de nossos mortos e de nossas vidas, de nossos aprisionamentos e de nossas libertações, do demoníaco e do divino. Uma é repetição "nua", a outra é repetição vestida, que forma a si própria vestindo-se, mascarando-se, disfarçando-se. Uma é de exatidão, a outra tem a autenticidade como critério."
[Deleuze, DF, 1968]


Eita, se isso não é experimento filosófico, num pretenso sentido utilitário, não sei então o que seja vida... aliás, de fato não a sei, tampouco porque saber talvez implica vivê-la... vixe! Assim estou em fase real de experimentação sem data prevista para conclusão de pesquisa... pesquisar a vida é surto imediato, esse tem sido meu aprendizado.

Então... lá me vou buscar um tal fundo secreto oscilante entre a idéia de diferença e a essência da repetição...

Carol Gomes