29 de maio de 2009

Eis que o julgamento: 'Há mais entre o céu e a terra do que pensa nossa vã Filosofia'.
Ora, no cargo de advogada da injustiçada matriarca Filosofia, ouso...
A diferença da Filosofia para a não Filosofia é justamente que após o violentar mundano, esta se presta na interpretação dos momentos. Não hesita em apontar o dedo para o invisível e escancarar no pensamento, para o pensamento, os códigos, o inexpressível...
A Arte violenta... A Filosofia decifra... Eis o casamento perfeito!!! Será?!?!
Portanto o veredicto:
Viver é dispor-se à violência invisível do mundo, o sucumbir-se à força dos signos. Porém, viver, além de dispor-se é afirmar o viver na interpretação das forças significativas que a priori não são nada evidentes, vistas aos que lapidam o olhar...
Portanto, nossa vã Filosofia não pensa que há mais entre o céu e a terra, ela afirma que há muito mais entre o céu e a terra, e a grande sacada da inteligência é imergir-se nesse limite, no 'entre', de mãos dadas, agarrada, abraçada, amantes enfim Arte e Filosofia... a criação e a interpretação...

A verdade não se dá, se trai. Não se comunica, se interpreta. Não é voluntária, é involuntária.
(...)
A busca da verdade é a aventura própria do involuntário. Sem algo que force a pensar, sem algo que violente o pensamento, este nada significa.
(...)
O livro de caracteres figurados, não traçados por nós, é o nosso único livro.
(...)
Pois as essências vivem em zonas obscuras, nunca nas regiões temperadas do claro e do distinto.
(...)
As essências são, ao mesmo tempo, a coisa a traduzir e a própria tradução; o signo e o sentido. Elas se enrolam no signo para nos forçar a pensar, e se desenrolam no sentido para serem necessariamente pensadas. Sempre o hieróglifo, cujo duplo símbolo é o acaso do encontro e a necessidade do pensamento: "fortuito e inevitável".

- Deleuze -
Em Proust e os Signos

27 de maio de 2009

"O mundo lá sempre a rodar... em cima dele tudo vale..." É...
Nessas horas Proust é angustiante... olhar e ver que o futuro encontra o passado; a incompreensão do passado é espinhosa, olhar, pensar, contemplar, adorar o futuro e sentir, viver a própria impossibilidade materializada...
Não queiramos, não tenhamos fortaleza o suficiente para seduzir o tempo, e quando este se rende a surpresa é dolorida... topar materializadamente com o relógio girando diferente, outro tom, outro ritmo... Assim está posto, assim está dado, o que poucos já disseram e outros tantos viveram, o encontro do futuro com o passado, o vislumbre do não possível, aliás, não compreensível...
Se o amigo escreveu, no acaso daquele início de noite despretensioso... perdido no tempo, eis que na força da lua os pensamentos navegam, os pensamentos titubeiam e se perdem na lacuna do sono que vai tomando...
Não menos que aquele Carlinhos do ócio vem a noção do ridículo... retomar... retomar... Crer no sonho, na noite tranquila e silenciosa, e também em Baudelaire sugerindo: Embrigue-se de poesia, virtude ou vinho... ah, hoje escolho a poesia, não menos silenciosa e menos psicanalítica de um sonho livre vestido de esforços da memória...
E a quarta-feira chega... bem vinda...

24 de maio de 2009

Essa porque é domingo... lua nova... para começar a semana útil no grau!!! Aos compatriotas a partilha do bom e amante 'fazer nada'...

Monólogos de um Ocioso

Quatro e pouca da tarde de uma terça-feira escaldante, horário impróprio para já estar meio alto. Sentia-se quase culpado. Não pelo desvio da sobriedade em si, mas simplesmente pelo excesso de pressa em se encontrar com o objetivo final do dia.

Ao que pareceria para muitos uma vida de excessos pra Carlinhos não passava de uma resposta ao absoluto tédio. Estava até habituado a beber tão cedo no começo da semana, mas não podia deixar de sentir uma pontada incômoda toda vez que o fazia. “Culpa da criação cristã” diria a si mesmo, como quem sente alguma necessidade de se justificar.

Mas o caso era que independente das culpas ocultas que trazia da infância, não pretendia sair daquele boteco nem que a paz mundial dependesse disso. Tinha acabado de ser dispensado do recém iniciado emprego em um escritório no centro, não sabia bem de que era o escritório pra dizer a verdade, e essa poderia até ser a razão da sua demissão, se não considerasse os problemas com a bebida. Não os seus problemas, como dizia, mas os problemas deles com a malvada. “Gente hipócrita, moralista! quem nunca tomou um pouquinho além da conta?”. Repetia a pergunta sério entre goles cada vez mais largos de conhaque com mel.

A verdade é que se sentia mais aborrecido pelo tédio do que pela dispensa no trabalho. Essa oscilação entre estar e não estar empregado também lhe era comum. E em todo caso havia sempre uma boa justificativa pra quem lhe perguntasse, além do conforto de saber que receberia o apoio incondicional da mãe e algum dinheiro do pai, que mesmo contrariado se via obrigado por dona Piedade a atender alguns dos freqüentes mimos que o filho estava acostumado a ter.
O calor parecia aumentar o tédio, observava a movimentação das ruas e tudo lhe parecia lento e feio. Simplesmente indigno de alguma admiração ou de algum comentário mais distinto. Conhecia bem aquele tédio absoluto, normalmente seria seguido de algumas noites de inquietante bebedeira e dias de penosas dores de cabeça e gastrite até que encontrasse algo que lhe ocupasse a mente.

Ao ver chegando o garçom com a nova dose que havia pedido teve dois pensamentos. Que inferno seria ter que trabalhar com blusão de maga comprida e gravatinha borboleta naquele calor obsceno, e que não tinha dúvidas que o André Gide era um babaca. Inconscientemente materializou os pensamentos após a última e derradeira golada: – Ócio criativo de cú é rola! – bradou batendo forte na mesa.

O pequeno acesso inconsciente acabou atraindo a atenção e o olhar surpreso da meia dúzia de pessoas que se atreviam a comer alguma coisa do balcão. Além do garçom, que hesitou bruscamente frente à mesa. Segurando o copinho americano carregado até a metade com aquele mel falso e mal cheiroso, ficou olhando fixo para a cena junto com outros clientes, como que esperando a próxima reação. Carlinhos, que por pouco não fora ator, não quis decepcionar a recém conquistada platéia e acabou fazendo em alto e bom som uma inevitável piada sobre a gravatinha do rapaz que o observava de perto com uma calma implacável que lhe irritava as vistas.

Após esse último gracejo do cliente, o garçom reagiu com o mesmo carinho habitual que se tratam os bêbados da tarde. Expulsou-lhe da mesa a tapas e xingamentos carregados em um forte sotaque nortista.

Carlinhos ria uma risada desconcertante, a cena não lhe era estranha. Já tinha sido posto pra fora de bares antes, mas dessa vez bebia numa mesa posta na calçada do bar. E não conseguia se conter com a novidade de estar sendo expulso de fora de um bar.

Após ser atirado pra longe da calçada do boteco tentava se recompor dos risos e das porradas recém recebidas, batendo pra longe as sujeiras na camisa . Depois de levantar, virou as costas para o bar e decidiu ir andando pra casa. A distância não era tanta mas o sol não parecia querer facilitar. Atravessou uma Presidente Vargas que se preparava pra congestionar e seguiu em direção pra Rua do Acre onde morava. No meio da Rio Branco mais um acesso de risos, lembrou que não pagou por nenhum dos conhaques. No fim tentou se conter ao observar a reação das pessoas que iam lhe olhando cada vez mais assustadas, e acabou que se deu por satisfeito com a situação, concluindo que os tapas até foram uma troca justa pela bebida de graça. A volta teria sido até um pouco animada não fosse um único pensamento triste que foi surgindo aos poucos. Lamentava não ter a quem contar sobre suas conclusões sobre Gide. Um desperdício, concluía. No mesmo passo de seus pensamentos ia subindo a escada da sua pequena masmorra na Rua do Acre, um minúsculo conjugado em um prédio nada familiar, não considerando os inúmeros pais de família que o freqüentavam diariamente em encontros apressados com algumas das moças com os preços mais modesto dos classificados de acompanhantes.

Ficou nervoso, aí estava mais um pensamento que valeria um bom debate. Ou pelo menos algumas considerações engraçadas. No entanto nem perto daquele prédio ou entre seus amigos havia alguém interessante pra se discutir todo aquele óbvio contra-senso. Abriu a trava da papaiz barulhenta que protegia seu apartamento do restante do mundo. O quarto tinha uma aparência suja, caótica. Nos cantos algumas pilhas de livros disputavam lugar com latas de cerveja e inúmeras garrafas de conhaque enfileiradas de uma forma quase industrial. Não havia televisão, somente um frigobar e uma espreguiçadeira antiga acolchoada, que mais pareceria um divã, não fosse a absoluta ausência de qualquer couro legítimo. Arrancou a camisa e acendeu um cigarro, se deitou na cadeira e foi se contraindo em uma posição quase fetal. Lembrou de um conhecido que uma vez lhe disse num bar que quando o sujeito vira o copo de cabeça pra baixo na mesa recusando bebida ou se contrai naquela posição admite a derrota. E de fato admitiria o sentimento de derrota que lhe assombrava naquele momento a quem lhe perguntasse, estava cansado mas insistia em repassar mentalmente alguns dos assuntos que lhe ocorreram durante o dia. Soltou o tema como em uma mesa redonda e refletia sobre as possíveis críticas que receberia aos seus argumentos, ensaiava respostas rápidas querendo se antecipar aos dois ou três interlocutores diferentes que representava mentalmente. Pensando no tédio (ausente de criatividade) em que se encontrava nos últimos tempos, ia querendo contrapor suas idéias com palavras do próprio Gide: “Não há problemas; apenas há soluções. O espírito de homem, depois, inventa o problema.”. Sugeriu assim involuntariamente, ao representar um opositor da conclusão retirada do conhaque minutos atrás, que se havia algum problema, era nele e não no escritor francês e suas considerações sobre a necessidade do ócio como estimulo criativo.

Sentiu-se seco de argumentos e interrompeu as argumentações mentais de forma abrupta, quis gritar de forma inflamatória pra acabar de vez com a discussão: “Gide era viado! Viado!”.


Se manteve em silêncio por algumas horas repassando tudo que foi pensando desde que chegara em casa. De repente foi sendo tomado de uma vergonha incontrolável. Não por reconhecer sua própria fragilidade mental, ou a fraqueza nos argumentos de um dos papéis que ia encenando mentalmente naquela discussão solitária e sem sentido, mas sim por argumentar “ad hominem” contra si mesmo. Achou ridículo, excessivamente patético até mesmo pra ele. Querendo imprimir algum desdém tentou rir. Não conseguiu, por fim se contentou em fechar os olhos tentando dormir.


Fonte: http://conselheiroacacio.wordpress.com/2008/01/13/monologos-de-um-ocioso/

23 de maio de 2009

Eis que aqui voltemos, no espaço já conhecido do diálogo silencionso... Nesses dias numa inquietação de perguntas, numa inquitação de reflexões sobre o tão malandro, desordeiro nomeado Amor...
Pergunta colocada: O que é impossível?
Resposta apresentada no silêncio do barulhento pensamento: Entrar no outro e saber o limite, onde ir, até onde ir, como ir, e talvez, ir ou não ir?
Réplica: Talvez o impossível seja possível...
Tréplica: Será? Me prova...
Por tantos, hoje fico com Zé Ramalho...

Há um brilho de faca
Onde o amor vier
E ninguém tem o mapa
Da alma da mulher...

Ninguém sai
Com o coração sem sangrar
Ao tentar revelar
Um ser maravilhoso
Entre a Serpente
E a Estrela...

Um grande amor do passado
Se transforma em aversão
E os dois lado a lado
Corroem o coração...

Não existe saudade
Mais cortante
Que a de um
Grande amor ausente
Dura feito um diamante
Corta a ilusão da gente...

Toco a vida prá frente
Fingindo não sofrer
Mas o peito dormente
Espera um bem querer
E sei que não será surpresa
Se o futuro me trouxer
O passado de volta
Num semblante de mulher...

- Entre a Serprente e a Estrela -
Paul Fraser / Terry Stafford - (versão Aldir Blanc)

22 de maio de 2009

Provocações, perguntas difíceis foram postas, apresentadas num olhar não menos penetrante e misterioso, que ao bom universo proustiano me remete ao 'desvendar-seduzir' o outro no silêncio despretensioso e ativamente autêntico... talvez... especulações ansiosas... Como reação me disponho mais uma vez a Barthes...


Abraço: O gesto do abraço amoroso parece realizar, por um instante, para o sujeito, o sonho de união total com o ser amado.

[...]
Momento da afirmação; durante um certo tempo, na verdade acabado, perturbado, alguma coisa deu certo: fiquei saciado (todos os meus desejos abolidos pela plenitude de sua satisfação): a plenitude existe, e não descansarei até fazê-las voltar: através de todos os meandros da história amorosa, obstinar-me-ei a querer reencontrar, renovar a contradição - a contração - dos dois abraços.

- Barthes -
Em 'Fragmentos de um discuso amoroso' -

21 de maio de 2009

Nossa... o que é isso? Me faz pensar quantas vezes nos tomamos de uma pressão invisível que possui o pensamento no querer 'explosivo/implosivo' de entrar no outro por vias físicas mesmo, como que o 'engolir' literalmente... Agora me coloco a partir de Proust e Barthes: Me esgotar no outro, ou esgotar o outro em mim? Não... não sei... continuemos nas leituras proustianas...

Corpo. Todo pensamento, toda comoção, todo interesse suscitados no sujeito amoroso pelo corpo amado.
[...]
Por vezes toma-me uma idéia: ponho-me a escrutar longamente o corpo amado (tal como o narrador diante do sono de Albertina). Escrutar quer dizer vasculhar: vasculho o corpo do outro, como se quisesse ver o que há dentro, como se a causa mecânica de meu desejo estivesse no corpo adverso (sou como aqueles meninos que desmontam um despertador para saber o que é o tempo).


- Proust e Barthes 'entrelaçados' -

19 de maio de 2009

Eis que Proust não furta a desconstruir e nos provocar vertigens...

Sem dúvida, os nomes são desenhistas fantasiosos que nos dão, das pessoas e lugares, um esboço tão pouco semelhante que muitas vezes sentimos uma espécie de estupor, quando temos à nossa frente, em vez do mundo imaginado, o mundo visível (que não é aliás o mundo verdadeiro, pois os nossos sentidos não possuem, muito mais do que a imaginação, o dom da semelhança, tanto assim que os desenhos aproximativos que se podem obter da realidade são pelo menos tão diferentes do mundo visto como este o era do mundo imaginado).

Marcel Proust
- À Sombra das Raparigas em Flor -

12 de maio de 2009

Há meses o apresentador feio, aparentemente desfigurado, cuspiu estando atrás do vidro da TV, acontece que o cuspido do 'caba' me acertou 'em cheio'... desde esse dia fez morada um tal Manoel de Barros.
Se Arte é a coisa que nos invade, nos violenta, nos deixa vertiginosos, nos faz alcançar em segundos-permanentes um delírio consciente etc etc... assim sendo, esse tal 'cuspidor' de palavras se fez em mim-para mim artista.

A poesia está guardada nas palavras - é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não entender quase tudo.
Prepondero a sandeu.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não cultivo conexões com o real.
Para mim, poderoso não é aquele que descobre ouro,
Poderoso para mim é aquele que descobre as insignificâncias:
(do mundo e nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei muito emocionado e chorei.
Sou fraco para elogios.

- Manoel de Barros -
Poema contido no Tratado Geral das Grandezas do Íntimo

6 de maio de 2009

A questão poder-se-ia ser ou estar assim.
Na mesa, que não era de um bar e sim de uma sala, o colega de um lado e eu do outro, olhávamos e simultaneamente, apesar de olhos humanos, aparentemente natureza iguais, um ampliava num brilho, e outro esquivava-se talvez numa fresta... eis a questão. O brilho ansiava pelo coletivo, quem sabe numa estrutura que se nomeava recorrentemente 'projeto'. O esquivado relutava por apontar a fresta não nítida, porém insinuante...
O que era o projeto? Não sei, não era meu interesse. Confesso que ouvi e entendi não muito entusiasmada pela compreensão.
O que era a fresta? Confesso que também não sei. Essa porém julgo compreender, porém não entender. Essa se mostra para não ser vista. Essa é movimento silencioso, só pode.
Ao fim dos olhares e gestos seguidos de sons fonéticos viro-me para a porta e saio com a Alzira no pensamento... dançante, louca, pulando, gritando, sorrindo, voando...
Sabe por quê?
Porque por hoje(s) não quero me importar com os projetos e estruturas outras.
Porque por hoje-amanhã abro a porta para uma tal sedução desconhecida, cujo projeto é desprojetar...
Por hoje meu projeto se vê mais que contemplado nos projetos 'alzerianos'... referenciar-te Alzira e assim conhecer-te...

Alzira bebendo vodka defronte da Torre Malakof
descobre que o chão do Recife afunda um milímetro a cada gole
Alzira na Rua do Hospício, no meio do asfalto, fez um jardim
Em que Paraíso distante, Alzira, ela espera por mim?
...
Alzira virada pra Lua, rezando na Igreja de São Ninguém
Se o mundo for só de mentira, só ela acredita que existe além
Que existe outra natureza que venha ocupar o lugar do fim
Em que Paraíso distante, Alzira, ela espera por mim?
...
É, Alzira zerou seu futuro se escondeu no escuro do furacão
Se a gente vê só alegria ela antevia a revolução
O mar derrubando o dique, ivadindo a cidade enfim
Em que Paraíso distante, Alzira, ela espera por mim?

ALZIRA E A TORRE
(Lenine e Lula Queiroga)

4 de maio de 2009

Seja bem vinda sra. Maio (referencialmente às deusas romana e grega da fertilidade), traga nos braços dos seus dias não menos que a incompreensão inteligente de momentos sublimes, contudo, além o vislumbre obscuro e não menos suave do mesmo sublime não interpretado, por hora sentido...

Mês de Maio
(Almir Sater)

Azul do céu brilhou
E o mês de maio, enfim chegou
Olhos vão se abrir, pra tanta cor
É mês de maio, a vida tem seu esplendor
A luz do sol entrou
Pela janela e convidou
Pra tarde tão bela, e sem calor
É mês de maio, saio e vou ver o sol se pôr
Horizonte, de aquarela, que ninguém jamais pintou
E um enxame, de estrelas, diz que o dia terminou

Noite nem se firmou
E a lua cheia, já clareou
Sombras podem vir, façam favor
É mês de maio, é tempo de ser sonhador

Quem não se enamorou
No mês de maio, bem que tentou
E quem não tiver, ainda amor
Dos solitários, o mês de maio é o protetor

Boa terra, velha esfera, que nos leva aonde for
Pro futuro, quem nos dera, que te dessem mais valor