30 de abril de 2015

reza terapêutica

Meu colega g-zuis, aqui da cozinha esperando meu chá ficar pronto, te peço uma noite com muitos sonhos, pq a realidade do meu país me faz chorar como se eu tivesse levado uma surra da minha mãe já na maturidade. É tão doído esse momento que preciso sonhar enquanto uma terapia para que eu não desista de acreditar na vida, que sempre busco afirmá-la em cores.

Pensa numa surra com murros na cabeça, murros no estômago, chinelada na cara, tapa na boca que cortando os lábios faz sangrar. Pensa numa surra que te deixa com pernas e braços roxos, barriga dolorida e vergões de cinto de couro nas costas. O pior dessa surra é a familiariadade no rosto que te bate. Minha mãe, minha nação.

Hj peço a g-zuis, peço aos deuses, peço às forças que me habitam: dêem-me sonhos belos, por necessidade para reencontrar alegrias!

Amanhã é dia de comemoração das surras históricas: dos trabalhadores.

"sonhei que pintei minhas noites de amarelo, lindas estrelas no meu mundo eu coloquei. O feio que era feio ficou belo, até o vento do meu mundo eu perfumei. Numa apoteose de poesia..." (tom zé)

[por ocasião, indignada com o agressão da PM aos professores no Paraná por ordem do governador Beto Richa - PSDB]

29 de abril de 2015


eu que sou mineira, conheço muito bem o PSDB do Aécio Neves
eu que morei em Goiás, conheci o PSDB do Marconi Perilo
eu que hoje moro em Curitiba, estou conhecendo o PSDB do Beto Richa
eu que sou brasileira, conheci o PSDB do Fernando Henrique

o que vi sempre nessas experiências não foram confrontos entre professores e policiais, o que vi sempre são MASSACRES a professores. policiais armados e com cachorros batendo em professores que seguram faixas e cartazes. MASSACRE de professores e estudantes.

sabe qual a minha conclusão depois de ser manifestante desde os 15 anos sempre lutando pela educação, como estudante e como professora?!

que esse PSDB é uma doença, é uma herança horrenda que mata, que mata fisicamente e mata psicologicamente. é triste com 31 anos ter essas marcas na memória vista, na epiderme...

sim, repudio esse PSDB, repudio essa política que os governos tucanos estão implementando à força e que começou com o Paulo Renato qdo foi ministro.

sim, esse PSDB é meu inimigo e diariamente vou continuar combatendo essa prática, esse fascismo com cara de mocinho galã que está enraizado no país!

meu repúdio visceral a essa escrotice, porca, cadavérica, fedorenta da política brasileira. políticos que mandam bater, mandam cachorros pitbul morderem professores, que mandam policiais jogarem bomba, lançar pimenta na cara de crianças, mulheres, estudantes... meu repúdio a essa porcaria toda!

10 de abril de 2015

diálogo alheio matutino sem café

amanheço já no aeroporto da elogiada Curitiba, louca para chegar na província triangulina, eis que após conseguir embarcar com o voo atrasado, sou surpreendida. Nem sentei direito na 22F e ouço do trio fêmeo dos assentos atrás:

- F1: eu gosto de funk e não tenho vergonha de dizer. O povo gosta mas tem vergonha de dizer.
- F2: eh, eu escuto e hoje não tenho mais vergonha de falar, mas já tive.
- F1: escuto funk e vejo BBB. O povo tudo vê mas fala que não, pq milhões assistem só que não dá para provar quem vê.
-F3: eu não assisto pq não pega SBT e Globo na minha casa.
- F2: e Ratinho, vc assiste?
- F1: Ratinho não, não tem nada interessante.
- F3: olha quem fala, gosta de funk e tem preconceito com o Ratinho.
- F2: e vc gosta de que tipo de funk?
- F1: gosto dos básicos, sem palavrão, sem sacanagem.
- F2: eu gosto do que tem sacanagem.
- F1: nossa, vc é muito brega!
- F3: eu sou eclética, mas só com produtos de beleza, música gosto só de sertanejo universitário.
- F1: ai, adoro esse chocolate com sebo que fica liso na boca. Tem gosto de banha.
- F2: gosto de banha?
- F3: ela quis falar gosto de parafina, aquele gosto de manteiga karaté do cabelo.

Pensei:
Bom dia, Brasil... vc de fato arregaça qualquer teoria europeia que pense o homem sociedade.
Juro que fiquei louca para virar para trás e dizer: antes não gostava de funk sacanagem, hj adoro a mulherada funkeira fudendo geral.

6 de abril de 2015

"eu que sinto fascínio pelas possibilidades de atravessar os portais da sua escrita, em outros termos, sinto tesão nas possibilidades de penetrar o buraco das suas palavras".

(poesia quase sociológica para uma noite de domingo cheia de perguntas famintas por arte como potência de mudanças)