13 de março de 2012

Encontros flutuantes de vira-lata


Numa poética de vira-lata, tem me parecido que 'modo de viver' seja também selecionar as mais recônditas comidas das tantas latas viradas e depois olhar para cima e sorrir para a Lua e para o Sol, como se ambos estivessem juntos no céu. Por vezes chorar, ora de alegria ora de tristeza, mas, virando latas que só pelas andanças encontramos, como 'encontros'.


Encontra-se pessoas, encontra-se latas, encontra-se cheiros, encontra-se letras, encontra-se passarinhos, encontra-se sons... andando, encontramos!


O vira-lata mesmo no salto alto, vira a lata, porque não resiste ao charme incomum que emana das latas, não resiste ao colorido do Universo que as latas guardam... e depois de virá-las, levita, como pluma quase invisível ao vento...


[...] Porque num tempo onde o dim-dim compra felicidade mas não compra duração, o vira-lata pode ser milionário e o cachorro de madame pode ser miserável; quiçá o vira-lata esteja no virar latas em coloridos...


Carol Gomes