17 de fevereiro de 2016


Navegar sempre foi preciso para compreender que viver só não era preciso na medida em que me regrasse nos ditames dos clichês. 

Ora, com 20 poucos anos fui compreendendo que o interior tem veredas espinhosas, sertões escaldantes e que só sobreviveria rompendo as cercas rumo às capitais. das tantas partidas, SP não foi pouso alongado, sempre visitas de beija-flor, mas hojes, tão despretensiosamente senti meus interiores por cá vibrarem.

Em pleno Parque Minhocão, um viaduto, puro concreto, ladeado por prédios que sem arranhar os céus, roçam o asfalto intimamente e que traz numa das pontas o Copan, o Edifício Itália, o Hilton Hotel e o prédio do Banespa com sua torre, ouvi um amor amante diante dos olhos dito com palavras leves e soltas: "Amo SP, existe amor em SP".

A despeito do que sinto por SP, no exato momento que presenciei meu amigo afirmar seu amor por essa cidade tão estranhamente cidade, amei sem precedentes a capital urbanamente elegante. segundos depois, ainda aérea, comecei a compreender que amei não a cidade SP, e sim o amor do meu amigo por sua amante SP.

Não há cidade que seja feia e ruim quando amada e admirada por seus pares. 
lá estava portando uma composição esteticamente arrebatadora: um paulistano, um viaduto, muitos prédios e um amor... assim, concluí que essa era de fato a primeira vez que estive em SP.

São Paulo SP, 17 de Fevereiro de 2016 - Bairro Santa Cecília
Carol Gomes