10 de abril de 2015

diálogo alheio matutino sem café

amanheço já no aeroporto da elogiada Curitiba, louca para chegar na província triangulina, eis que após conseguir embarcar com o voo atrasado, sou surpreendida. Nem sentei direito na 22F e ouço do trio fêmeo dos assentos atrás:

- F1: eu gosto de funk e não tenho vergonha de dizer. O povo gosta mas tem vergonha de dizer.
- F2: eh, eu escuto e hoje não tenho mais vergonha de falar, mas já tive.
- F1: escuto funk e vejo BBB. O povo tudo vê mas fala que não, pq milhões assistem só que não dá para provar quem vê.
-F3: eu não assisto pq não pega SBT e Globo na minha casa.
- F2: e Ratinho, vc assiste?
- F1: Ratinho não, não tem nada interessante.
- F3: olha quem fala, gosta de funk e tem preconceito com o Ratinho.
- F2: e vc gosta de que tipo de funk?
- F1: gosto dos básicos, sem palavrão, sem sacanagem.
- F2: eu gosto do que tem sacanagem.
- F1: nossa, vc é muito brega!
- F3: eu sou eclética, mas só com produtos de beleza, música gosto só de sertanejo universitário.
- F1: ai, adoro esse chocolate com sebo que fica liso na boca. Tem gosto de banha.
- F2: gosto de banha?
- F3: ela quis falar gosto de parafina, aquele gosto de manteiga karaté do cabelo.

Pensei:
Bom dia, Brasil... vc de fato arregaça qualquer teoria europeia que pense o homem sociedade.
Juro que fiquei louca para virar para trás e dizer: antes não gostava de funk sacanagem, hj adoro a mulherada funkeira fudendo geral.

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