27 de maio de 2009

"O mundo lá sempre a rodar... em cima dele tudo vale..." É...
Nessas horas Proust é angustiante... olhar e ver que o futuro encontra o passado; a incompreensão do passado é espinhosa, olhar, pensar, contemplar, adorar o futuro e sentir, viver a própria impossibilidade materializada...
Não queiramos, não tenhamos fortaleza o suficiente para seduzir o tempo, e quando este se rende a surpresa é dolorida... topar materializadamente com o relógio girando diferente, outro tom, outro ritmo... Assim está posto, assim está dado, o que poucos já disseram e outros tantos viveram, o encontro do futuro com o passado, o vislumbre do não possível, aliás, não compreensível...
Se o amigo escreveu, no acaso daquele início de noite despretensioso... perdido no tempo, eis que na força da lua os pensamentos navegam, os pensamentos titubeiam e se perdem na lacuna do sono que vai tomando...
Não menos que aquele Carlinhos do ócio vem a noção do ridículo... retomar... retomar... Crer no sonho, na noite tranquila e silenciosa, e também em Baudelaire sugerindo: Embrigue-se de poesia, virtude ou vinho... ah, hoje escolho a poesia, não menos silenciosa e menos psicanalítica de um sonho livre vestido de esforços da memória...
E a quarta-feira chega... bem vinda...

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