7 de novembro de 2011

Um sonho inverossímil

Chegou-se de um lugar desatualizado.
Unidades abertas distantes em espaço
embora
ponteadas em acontecimentos.

Esperou-se?
Não! Sem espera.
Na caminhada aprende-se que não há pontos de parada
há sim, múltiplas passadas, tensas, invasivamente fortes.

Também não se esperei.
Inúmeros soluços de tédio
entre um vacilo desmedido e outros
tendo por lados, abismos em grito desordenado pela vida.

As repetições já não mais seriam
como inferno a letra iniciava na mesma Lua
e o paraíso insistia em se abrir apenas nas Cheias
nas nem sempre boas aventuras...

Do cansaço nada esgotado
o ato não mais de bater nas portas
o cantar silencioso reaprendeu a sorrir
e o úmido passante revestia-se em bela aparência rabiscada.

Do castanho vidente ao castanho divagante
via-se noutro o que se sabia de outrora
de páginas soltas, voadas como borboletas e pardais, tantos!

Em sequenciais desenhos fugidios
o instante fez momento, onírico, bem certo...
embora em presença do caos, virtualizado
nada mais vital que um esvaecido sentimento maturado.

A recorrência do ponto chegou perguntativa:
E aquele presente quadrado seco & molhado?
que como buarquiando em miúdos
você levou, nem sempre ouvindo e não devolveu...

Como encontro, respirantes
virou-se as costas em retribuição às reminiscências
dos regressos virtuais, atualizou-se o possível
e na abertura dos olhos aquietou-se nas batidas do sino apolíneo.

Carol Gomes

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