14 de outubro de 2015

Qual o limite da violência contra o fêmeo, cuja fonte é cristã?!

Minha cachorra, Lindinha, vira lata, pêlos amarelos, pequenina, uns 6 anos (vira lata a gente nem sempre sabe a idade), vive livre no quintal, adora brincar, é elétrica, corre atrás dos passarinhos todos, foge toda vez que vê o portão aberto.

Entrou no cio há 1 semana, não aplicamos injeção (os riscos cancerígenos são comprovados) e não castramos (por motivos de compreensão particular, que inclui o pós operatório com aquele tampão que a machuca muito, pois é um ser acostumado com a liberdade e aí detona o pescoço todo até sangrar).

Esses dias a Lindinha viu o portão aberto, coisa de segundos, e correu, pregou, cruzou, trepou, deu para um cachorro que estava na rua (também de rua, fedido) e era bem maior que ela.

Hoje, dias depois começou a chorar e gritar muito enfiada num canto do quintal. Corremos com ela para o hospital veterinário, onde fez ultrassom. No exame detectou-se: cisto e útero muito inchado.
Diagnóstico do médico: o útero pode ser gravidez ou alguma doença.

Prescrição do médico: receitou dipirona para dor e agendou retorno dia 21 para fazer novo exame.
Pergunta: É possível já retirar esse cisto imediatamente, afinal a cachorra está sentindo dores?

Resposta: Não, é preciso aguardar, pois se ela estiver com filhotes, PREFERIMOS, que ela os tenha. Agora se tiver uma doença, aí tem que tirar o cisto e castrar também.

Conclusão polêmica, emotiva, ética: Quem decide sobre a situação da minha cachorra? Ela está com um cisto, sentindo dores e dizem: 'preferimos'? Trata de uma situação de preferência (seja religiosa, profissional, gosto, sei lá o que)?

Não sou muito chegada em apegos íntimos a cachorros e outros animais, mas nutro uma relação carinhosa, cada um no seu quadrado, o que não quer dizer que eu não tenha ficado nervosa ao saber que a cristandade de um profissional da medicina veterinária pode estar acima das dores da minha fêmea vira lata, Lindinha.

Bem, só sei que é muito doído e triste ver sua cachorra, pequenina, indefesa, sentindo dores, chorando e gritando.

Conclusão2 pragmática: Vou levar em outro veterinário mais resolvido com suas crenças e sua profissão.
Conclusão3: Espero muito estar enganada quanto ao 'preferimos' do médico.
Conclusão problemática: Não tem problema o profissional ter suas crenças, desde que coloque estampado na porta de entrada do hospital "sou conservador", pois assim, a gente não paga pelo serviço que não será realizado por crença individual. Enquanto isso, minha cachorra ficou sentindo dores e eu gastei $. A moral dele vai resolver alguma coisa?!

Carol Gomes

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