17 de abril de 2009

Desconhecer o criador em alguns momentos é garantir a autonomia da criatura...

Não me venha com a realidade
Aquela conversa na saída embriagada de uma magna exposição
Não quero ouvir de bombas, das mazelas, da crueldade sabe-se lá de quem humano ou não
Não me venha com realismo, longitudes deste
Quero iludir-me do irreal
Quero fugir de mim e dos outros
Se uns não me permitem, eu me permito
Me permito nos meus limites, no solitário julgamento do eu-mim
Desculpe-me o mundo, desculpe-me os outros
Lá no fundo, bem lá no fundo um tempo de encantamento
Hoje bem no raso momentos ficcionais delirantes, ah, esses sim
Palavras bonitas confortantes, eis o absurdo, eis a revolta, eis a arte, eis a criação
Ah, eis a possibilidade, eis o não ser não visto e sentido
O pronunciar lento na exatidão para que se perca no entrelinhas
No entrelinhas não menos que o delírio iludido, a amarga consciência do real
O amargo sublimando o doce delírio
Assim, necessário contingente, contingente necessário do olhar solitário
Eis indivíduo, noção de estar desconhecido de si e do fora
Fez-se a madrugada, derrubou-se o véu da condição
Envolva noite o tempo e desperte a ilusão apaixonada
Assim me faço


Não me Venha, Me permita
- Desconhecido -

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