27 de abril de 2017

minha mãe e ela nem sabe que tenho a mão dela comigo todos os dias.

"batatinha quando nasce esparrama pelo chão, mamãezinha quando dorme põe a mão no coração." (Minha mãe recitava esse versinho para mim milhões de vezes e me dava nó tentando entender a relação da batatinha com a minha mãe dormir e morria de medo dela virar batatinha. Foi um conflito a infância inteira. Ufa! Sobrevivi meio desconexa mas sobrevivi às batatinhas).

(Depois de marmanja as batatinhas voltaram, agora como batatas, embora também em letras literárias: "Aos vencedores as batatas". Continuei com o nó depois de um professor de metafísica sugerir a leitura do Quincas Borba. Ufa! Quase sobrevivi, porque em fato nunca mais tive sossego ao encontrar o casório safado que pula cerca para fazer bobageira: filosofia e literatura).

No imbróglio que é viver reduzi o consumo de batatas por excesso de agrotóxicos, e, filosoficamente tenho pensado que as batatas, agora incluídas como da terra no meu vocabulário, tem se esparramado sobremaneira nas antigas dúvidas de infância que nunca me deixaram.

e a gente vai indo, andante e caminhante, para onde?! para casa cuja arquitetura não tem projeto embora tenha um pé direito altíssimo que não sufoca.

(escutar Chopin enquanto estuda é sei lá um método complexo).


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