21 de agosto de 2011

[...] Sim, sei que tenho tido o hábito de soltar por aí em diálogos despretensiosos, passagens da filosofia, e tal feito não o vai involuntariamente, nem tampouco voluntariamente, é meramente um jeito pessoal de não dissociar vida e arte, de não marcar uma tal divisória entre real e ficção, ou na pior das hipóteses, entre vida e pensamento. Ora, amante que sou das invisibilidades vividas e percebidas sem a necessária materialidade formal, não conseguiria passar por obras cuja problematização da existência estivesse presente, sem me deixar ser atravessada por elas, bem como, não seria nada vivível encantar-me por uma obra filosófica sem reconhecer a potência dos conceitos emaranhados nela, sobretudo porque por entre esses conceitos o que me aparece é a vida transbordando e gritando alegremente pelo brilho do existir, com todas as tensões incluídas.

Carol Gomes

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