Ironias à revelia, nos hoje insisto em colocar no lugar dos banheiros do coreto interditados há anos, estantes de uma livraria.
O coreto, em atualidade, não sabe o que é vida, a Prefeitura o rogou estátua faz tempo. Fica lá, coitado, na praça, isolado, silenciado, congelado e com a mesma roupa amarela pálida.
A gente passa, senta, olha, pensa, fala e continua a vida com aquele concreto estendido no meio dos dias e das noites. Uma vez e outra, nos sábados de cine clube, me pergunto pela maestria intelectualmente nada virtuosa dos homens públicos em matar a vida, seja como ela for, em carne ou em concreto.
foto: carol gomes - uberlândia mg - praça clarimundo carneiro texto de mar 2014, foto de janeiro 2016 |
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