30 de novembro de 2009

Breve diálogo sem precedentes

Moça: Bom dia!

Moço: Bom dia! Vamos começar mais uma semana.

Moça: É sim, abrir Dezembro.

Moço: Nessa segunda de chuva queria continuar na cama, não queria abrir Dezembro, queria fechar Novembro na cama.

Moça: Muito boa a sua. Pois eu queria encontrar o Peter Pan e pedir aquele pó mágico para eu voar e quem sabe chegar à Terra do Nunca.

Moço: Vejo que não falta inspiração para essa segunda.

Moça: Inspiração não, é que vi o Peter Pan virando a esquina, corri para alcançá-lo e não consegui, ele estava ocupado com algo.

Moço: Você está brincando comigo. Falemos dos relatórios de final de ano.

Moça: Falemos então. Só não te esqueças que ficar na cama para fechar Novembro ou estar no trabalho focado tão e somente nos relatórios talvez seja a mesma coisa.

Moço: Hum!

Moça: Toma aí esse pó mágico que consegui pegar quando o Peter Pan virava e não percebeu que caiu do bolso.

Moço: Esse pó vai agilizar meu trabalho?

Moça: Sabe-se lá, só desconfio que vai trabalhar muito bem, percebendo que é possível voar estando preso atrás da mesa. Nesse vôo podes encontrar pássaros perfeitos que nos levam a espaços cuja imaginação não alcança. Pode se pegar pisando nas nuvens. Pode ver a Terra do alto e ver como somos formigas. Pode ver que a Terra talvez não seja o Planeta Azul... pode ver tanta coisa sem se privar dos relatórios.

Moço: Tá certo, quero esse pó.

Moça: Agora sim. Pega a xícara porque nossa hortelã já vai fria. Além do quê o Peter Pan que virava a esquina depois se revelou como vulto nascido dos meus vôos, até porque Peter Pan ocupado longe da Terra do Nunca não poderia sê-lo.

Moço: Agora não dá, o pó já foi para xícara que muito acentuou o aroma.

Moça: Muito bom, o açúcar do chá realmente ficou ótimo.

Moço: (num movimento oferecendo um abraço à moça) Vamos minha colega, nossa viagem à Terra do Nunca termina quando o chá acaba e somos puxados para essa Terra que bem conhecemos, essa Terra de Sempre.

Moça: Eis que você talvez se engane, pois dentro dessa Terra há múltiplas outras Terras... entre as quais uma onde o nunca e o sempre traduzem significados outros. Voltemos porque o relógio gira.


Carol Gomes

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