22 de junho de 2015

Não estou falando de Curitiba, apenas lendo essa do Leminski e pensando em Uberlândia... e claro, a linha de fogo que, magnificamente, o ministro Juca Ferreira abriu ao diretamente colocar Cultura como estratégia de desenvolvimento, porque quando ele diz isso, só consigo pensar que está falando num desenvolvimento muito mais revolucionário do que a perspectiva econômica desenvolvimentista que lidera as forças no interior dos últimos mandatos do governo federal. Eis o que dizia Leminski nos idos de 1986...
"Faz muita falta em Curitiba o húmus popular, o substrato de formas demóticas, por baixo, fertilizando, estimulando, provocando. Curitiba não tem folclore. Não há manifestações artísticas populares autônomas, de base. Sem essa raiz popular, a cidade - capitaneada pela sua classe-média - parece não se encontrar apta a gerar uma cultura própria que se coloque à altura de outros grandes centros brasileiros.
À classe média, falta verticalidade. Profundidade no tempo. Raízes. Sem raízes e sem carência, que fazer?"
(Leminski no livro 'Anseios crípticos' nos ensaios "Sem sexo, neca de criação" e "Culturitiba" publicados no livro em 1986)

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